Para o lado de lá do riacho do mel?
Deixe-me ficar ali bem quieto
Na rede de algodão armada na varanda,
A apreciar mais um pouco o pôr-de-sol
Que se estende desde o alpendre
Até se perder de vista o horizonte.
Na rede de algodão armada na varanda,
A apreciar mais um pouco o pôr-de-sol
Que se estende desde o alpendre
Até se perder de vista o horizonte.
Com meu bodoque, com meu samburá
Com meu cavalo de pau,
Com minhas flores de mulungu, meus canapus,
Com minhas flores de mulungu, meus canapus,
Com minhas lembranças molhadas,
Com meus banhos de rio e coqueirais,
Com meu curral de gado de osso
Com minhas macambiras, meus cactos,
Com meus saborosos gravatás
Com meus fojos, com meus preás
Quero correr sem fim na terra agreste
Espraiar-me pelas areias do rio Joca,
A céu limpo voar até o Vapor,
A céu limpo voar até o Vapor,
Abrir as asas feito pássaro bem alto pairar,
Purificado pelo azul que desce do céu ao chão.
Várzea, lugar que me enfeitiçou,
Já não resisto aos teus encantos,
Tua paisagem me reverdece e me dá paz
Até quando me chega aridez ao canto, E aí te digo, de pronto, sem titubear,
Como que a apaziguar a dor que me adentra o peitoQue me leva ao paredão do lado de lá
Do açude do Calango -
Tomas meu landuá, meu anzol.
Tomas meu bodoque, meu samburá.Será minha sorte, será meu penar?
Minha pequena Várzea, dona do tempo,
Se não me deixas ficar, então que me deixes passar.
Vou pra bem longe, pra outras searas distantes,
A cumprir meu destino, só pra meu penar ser menor,
Pois longe de ti, confesso, vou viver de saudades.
Vou purgar minhas penas,
Vou chorar com vontade de ouvir o canto
Dos sabiás, dos pintassilgos
E dos canários do teu chão.
E dos canários do teu chão.
Até o sol rachar o chão do açude,
E evaporar meus olhos d'água,
Só por causa da seca que é não te achar,
Vou esticar minha alma lá no curtume
Até o dia de matar toda saudade,
Até o dia de te ver de novo, meu oásis,
Minha Várzea, meu lugar!
Minha Várzea, meu lugar!
Menino poeta varzeabo João Ludugero, que poema lindo! Amei de paixão... Belíssimo poetizar. E que Amor por um lugar, um lugar que te chama ao interior (Tua Várzea). Achei maravilhoso! Parabéns! Tu escreves de um jeito magnífico que encanta a alma da gente, nos leva junto a amar teu interior. Que beleza! Eu sou tua fã. Já te sigo com tanta alegria de vir aqui, só pra te ler e reverdecer o corpo e a alma!
ResponderExcluirAbraço carinhoso,
Leila Rejane Monteiro Barros,
Psicóloga Mineira (BH).
Com o que você escreve dá para se fazer uma viagem e contemplar o local. Uma descrição perfeita numa narrativa saudosa de suas (nossas) origens! Você tem a sensiblidade de nos passar isso em seus poemas! Parabéns!
ResponderExcluirAbraço da Célia.
Boa noite, parecia uma musica, li como se estivesse cantando, foi muito legal, me lembrei dos repentes e fui no embalo...adorei! Parabens! Abraços
ResponderExcluirViajei nesta poesia amigo, flutuei sobre os coqueirais, pelo açude, ao lado dos pássaros...lindo!
ResponderExcluirPoeta Ludugero,
ResponderExcluirCada dia mais você se supera com seus textos pra lá de maravilhosos! Parabéns!
Já nasceste ricaço mesmo, pois escrever assim não tem preço. És único!
Bom dia!
José Augusto Di Luca,
Rio de Janeiro - RJ.
Que poema lindo!
ResponderExcluirBelíssimo! Adorei.
Como sempre és uma maravilha.
Sou teu fã número um!
Abraço,
Jonas Emanuel Bastos.
Toda beleza na simplicidade de um poema agreste. Adorei, viu menino poeta? Você sabe cativar a gente! És um grande escritor... Gravem bem este nome: João Ludugero! Brilhante, aconchegante, estupendo vir aqui te ler e se apaixonar por tua poesia encantadora. Sou tua fã! Lenira Bertrand Munhoz - UnB - Brasília-DF.
ResponderExcluir(Letras).
Aqui a poesia tem alma... Incrível como este cara nos leva junto a exalar o cheiro de um lugar, as cores e ruídos... a riqueza e o amor que há a partir do simples viver, da vivência de um lugar... Sua Várzea! Amei de paixão. Beijos.
ResponderExcluirAna Cláudia Valadares Cruz.
Isso é lindo demais!
ResponderExcluirQue beleza, e tudo tão simples!
E quanta riqueza que há nessas coisas.
Não tem preço viver num lugar assim, apesar de toda modéstia. Que Várzea bonita a sua!
Abraços,
Jean Marcos Valle
Obviamente que não sei de que lugar falas! Mas gosto da forma como "falas"!:)
ResponderExcluirAbraço