Seguidores

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DE SOSLAIO, UM POEMA À PUTA VIDA



Ainda não beira o anoitecer,
Mas já estais lá a rodar tuas alças
A mirar os passantes da corte, de soslaio,
Quando jogas teu corpo desnudo, de salto alto,
E a alma sem ti, de pano de fundo
Perpassa entre o cetim encarnado
E o meio-fio da rua
De uma esquina de bar
Entre vitrines, néons e o barulho dos carros
A derrapar nas curvas sinuosas
Pelas vias de paralelepípedos,
Só para espreitar tuas perfumadas tetas.
E lá estais a carregar teus fardos,
A rodar a bolsa ao pulso de desafiar a sorte
E nem sabes mais que cor teriam teus sonhos,
Posto que varas madrugadas a dentro,
Sem mais notares que ainda há uma lua no céu
Quando submissa, triste e solitária
Retornas a ti, após tentares vender amor,
E recebes tua paga, em troca,
Após teres sido possuída por um 'solidário'
Que teu rosto beija como a uma estátua.
Abraça-te a nudez e, simplesmente, é como falo,
Feito um cachorro no cio te lambe toda até o sapato,
De frente e verso, a fundo te ama, abusa,
Te faz de gata e o diabo a quatro por dois ou mais,
Te usa e lambuza, e até reclamas de consolo
Ao te acusar de que poderias ser menos santa,
Depois vai embora sem olhar pra trás!

24 comentários:

  1. Um poema cheio de verdade nua e clara das noites de prazer.
    Ruas onde se trocam corpos suados de paixão
    Vidas que se fazem nas curvas do prazer e da ilusão.

    ResponderExcluir
  2. Essa posso chamar isso de uma vida muito triste, mas no fundo tambem acho que se tem outras opções, muitas vezes acho pura safadeza, a pessoa acostuma a ser usada a ser pisada, e tratada como uma cadela no cio, rsrs como vc disse, outras são obrigadas , pois tem que sustentar até uma família inteira, mas agradeço a Deus todos os dias por ter me dado família e condições para viver de forma descente, muito bom mesmo o texto, retrata a realidade como disse o amigo acima nua e crua das noites...beijos

    ResponderExcluir
  3. Belo e intenso poema. A vida como ela é, sem retoques tratada de um jeito que nos leva a pensar nas agruras e adversidades por que passam determinadas massas. Tens o dom da poesia. Belo texto! Parabéns!
    Francisco Cleber Pereira.

    ResponderExcluir
  4. Que poema, forte e belo!
    Gostei. Tu tens o dom de percorrer muitos motes e nos enlevar. E que texto, hein? Muito bom!
    Sou teu seguidor. Abração,
    Felipe Augusto Moura de Sá,
    Goiânia -GO.

    ResponderExcluir
  5. Um retrato da dura e crua realidade das ruas. Gostei muito do teu blog e já estou correndo para te seguir. Que bom que te achei. Maravilha!
    Abraço,
    Leidiane Fonseca Normando,
    Vitória/Espírito Santo.

    ResponderExcluir
  6. Eu já era sua fã... Hoje sou mais ainda. Tens muita sensibilidade nas tuas letras benditas, bem elaboradas e de diversos motes e temas. És um navegador do sentimento autêntico, real, apesar de estranha e cruel, mas é a realidade é assim, corta na carne e na alma. Tua poesia é sensacional. Adorei. Parabéns! Belíssimo blog.
    Voltarei.
    Sirley Gonzaga de Mello,
    Professora - UnB-Brasília-DF.

    ResponderExcluir
  7. Gosto dos teus temas. Este realmente é bem intenso, forte e cruel, mas a vida tem dessas cores. Queria te dizer que és mesmo uma grande sensação no mundo da blogosfera. Tenho muitos amigos e amigas que te seguem e estais cada vez arrebanhando seguidores. Tu és um sucesso, merecidamente! Até logo, querido poeta Ludugero. Abraços,
    Maria Emília Montini Berta

    ResponderExcluir
  8. Aqui um grande retrato da vida real. Uma fotografia social de um meio de ganhar a vida, ou perdê-la! Grande texto, belo poema.
    Até mais!
    Vicente Luiz Machado,
    Fotógrafo.

    ResponderExcluir
  9. Prezado poeta João Ludugero, Como é bom vir aqui ler tua escrita muito pouco convencional. Consegues falar sobre a vida, sobre o amor e/ou a morte
    com muita coragem e paixão, sempre poetizando de forma leve com teus versos únicos, simples, lógicos e bem construídos. Adorei teu blog. Um show de site - recheado de belos textos, cada qual muito interessante, assim como este “De soslaio, um poema à puta vida" que fala por si só. A grandiosidade do seu coração e do seu caráter está explícita ao referir-se de modo tão acolhedor, solidário e sem nenhum preconceito em relação ás pessoas que vendem amor. Parabéns pela sua coragem. Sou teu fã e seguidor! És mesmo um grande poeta da boa safra. És mesmo único, formidável.
    Arthur Vinícius Cantareira,
    Escritor - Juiz de Fora - MG.

    ResponderExcluir
  10. Muito bom seu texto!
    Amei de paixão seu blog.
    Felicidades, hoje e sempre.
    Sou teu fão número 1.
    Abração,
    Jair Fontoura Leão Mendes,
    Designer.

    ResponderExcluir
  11. DEPOIS DE LER ISSO, VOU LARGAR MEUS SONHOS DE CONSTITUIR FAMÍLIA E SÓ ANDAR COM AS PUTAS. BELO TEXTO. PUTZ! VIAJEI MESMO NELE.

    TEM POSTAGEM NOVA NO BLOG. PASSA LÁ, LEIA E COMENTE:
    http://thebigdogtales.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  12. Olá Poeta...

    a riqueza de detalhes dos teus poemas,é teu diferencial como poeta; és um ótimo observador, assimilador da realidade que transcorre, e consegues transcrever textualmente com maestria, livre de amarras.
    Parabéns!

    Grande Abraço e uma linda semana pra voce!

    ResponderExcluir
  13. Ludugero... como sempre, contundente e realista em seu mais alto grau! Um poema verdadeiro de quem busca no corpo a subserviência para sobreviver! Não sonha! Não ama! Não vive! Comercializa tão somente, o que deveria ser doado de ambas as partes no encontro de almas não só de pessoas fisicamente! E... dizem que "são mulheres de vida fácil"!! Total discrepância!!
    Abraço, Célia.

    ResponderExcluir
  14. Gostei muito deste poema e do blogue!

    Abraço =)

    http://www.rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  15. Que texto!
    Simplesmente o máximo!!!! Adorei.
    Abraços,
    Joseph Antonelli Volph Karls

    ResponderExcluir
  16. Muito dez seu poema!
    Sensacional! Adorei.
    Abraços,
    Mano Salvatori Branco

    ResponderExcluir
  17. Supimpa!
    Supimpa!
    Que maravilha, tanto o poema
    quanto o sapato! Gostei demais!
    Quero um destes, já!
    Rubens Rich Moura Lens

    ResponderExcluir
  18. Muito bom, muito bom seu poema!
    Belíssimo. Amei de paixão, assim como tudo que escreves. És um grande poeta! TE ADORO!
    Mayra Luppy Manga Bianchino

    ResponderExcluir
  19. Radical....Adorei, poema e sapato: tudo lindo demais e cruel, assim feito a vida real em determinadas lidas. És único, poeta lindo de viver! Já te sigo. Ana Abrantes Müller Bayer

    ResponderExcluir
  20. Que puta vida! Que beleza de poema!
    Eu sou teu fã, e o serei sempre. Tu escreves como ninguém, de uma forma que é única. DEZ! Patabéns pelo blog. Te sigo, com muita alegria de ter te encontrado na blogosfera. Abração,
    Igor Lander C. Cavalcanti
    São Paulo-SP.

    ResponderExcluir
  21. Vida dura essa vida de ser da vida! Não é nada mole não e tem muitos riscos a correr. Teu texto é um retrato a olho nu dessa realidade cruel. És um poeta e tanto, tens uma verve de boa estirpe e de futuro brilhante, prever-se em tuas palavras bem levantadas de cunho altamente lírico e com muita categoria de escrevinhar. Tua visão é impar, sensacional, deslumbrante e mira de um jeito só teu. És único, grande poeta Ludugero. Abraço carinhoso,
    Mirtes Lourdes Loyola Brandão.

    ResponderExcluir
  22. Este poeta é um grande observador e grande roteirista. Parabéns pelo maravilhoso blog. Estais de parabéns, mesmo! Continue assim, pois não tem preço vir aqui te ler. Até mais!
    Abraços.
    Elias Nestor Valverde,
    Viçosa - MG.

    ResponderExcluir
  23. Oi João, você sempre nos surpreendendo com suas escritas... que Poema, viu? Parabéns João... sempre, sempre e sempre!!! Você é nota mil!!!

    Áh! Eu nem vou te pedir para ir no Palavras que Abraçam... parece que você não quer ir mais... rsrs. Te gosto muito meu amigo!!! Beijos

    ResponderExcluir
  24. Como é difícil essa vida de vender amor:

    "Puta vida!
    A carne é fraca na vida endurecida
    Carne fraca
    Dura vida
    Póstuma a cada manhã
    É um barco à deriva
    A vida
    Carne fraca
    Carne ferida
    A vida é uma cobra viva
    Faminta a vida
    É um corpo pedregoso
    Na carne fraca
    De vertigens
    É longa a vida
    Para quem a vive
    Sentindo a carne fraca
    E as feridas
    Puta vida
    Dura vida
    Para quem a usa
    Todo o dia
    A vida é uma medida
    Desmedida
    Puta vida
    Dura vida
    A carne é o que retumba a sua desídia
    Fraca a carne
    Dura a vida
    Puta vida..."

    Abraços,
    Cleuber Augusto César Mendes,
    São Paulo-SP.

    ResponderExcluir