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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A ASTUTA MALEMOLÊNCIA DA VARZEANITUDE CULTURAL, por João Maria Ludugero

A ASTUTA MALEMOLÊNCIA DA VARZEANITUDE CULTURAL,

por João Maria Ludugero

Não deixes que os pedregulhos 
espalhados a caminho dos Seixos, 
advindos da leva que se orvalha na esfera do tempo 
diante do verde-musgo dos lajedos da seara agreste, 
mas que eles não te impeçam de acreditar com afinco 
no firmamento do horizonte que há para além deles... 
Lembra-te que as pedras, que encontramos pelas bermas 
da Várzea de Ângelo Bezerra, tantas vezes nos conduzem 
para singelas e autênticas alegrias advindas dos achados 
de mera ilusão que ganhou forma e chegou à compostura 
de ser real sem retoques, artifícios, artimanhas escondidos 
no vai-e-vem além do inenarrável quebra-potes da fantasia 
e da malemolência do João Redondo em astuto mamulengo 
sob a audácia de seu Pedro Calixto, 
que doutra forma não iríamos varzeamar 
dentro da cultura da nossa Várzea 
de Seu Geraldo 'Bita' Anacleto, 
inesquecível filho da mais terna 
Madrinha Joaninha Mulato, 
que, além de bem ajudar nas bulas de saúde 
tinha jogo de cintura, malícia, marra, destreza... 
E a malemolência de suas quadrilhas juninas 
encantou a pacata gente do chão-de-dentro 
da Várzea de Mateus Joca Chico, 
inesquecível pai da Elba e do Nego Lia, 
boi-bumbeiro de Reis na bonita terra 
do pastoril de Joaquim Rosendo...


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