MEU POEMA INTERIOR,
por João Maria Ludugero
Encontro-me consentido nas palavras,
Mesmo que seja eu compartilhado!
Faço nelas estripulias
De menino levado da breca,
Em solavancos e cataventos,
Em rios, riachos e redemoinhos,
Em avanços ao sol da tarde amena
Dentre saudades, loucuras e desatinos
Em desejos e fantasias esbugalhadas
Dentre tristezas e alegrias.
Deixo-as voar pelo interior
Elevando meu pensamento
E entre nuvens pousar a contento
E numa estrela me encontrar radiante
Nesse momento me reverdeço sem medo
Sinto-me espairecido sem alardes,
Sem guardar nenhum medo da cuca
Dessa estrela ser cadente desvairada
E o equilíbrio perder-se ao desvão
E a minha mente de amante da lida
Transformar para sempre
Esse sonho que é viver.
Trago-as de volta à seara em lavras
Numa folha onde se vão pousar
E sem que se amorteçam à guerra
Logo, logo uma a uma se espraiam,
Começam a desfilar em leiras viçosas
Por entre o sol e as nuvens afoitas,
Dentre o lápis e o papel de pão
Faço lençóis de livre contentamento
E até me livro em romances soltos
Em cores de cordel que me ninam,
Na leva das palavras me encanto
Desentristecido em cada encontro
Na obra que prima em meu coração de regalias,
Mesmo que seja eu entretido em versos sem rima!
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