Que tal passarmos sebo nas canelas
Sairmos pela Várzea a dentro
Seguirmos juntos quais crianças peraltas
Fazendo pelo mundo danadice,
E tudo que se diz que é medonho...
Eu bem apanhado de calças curtas,
Já de pelo nas ventas,
Tu de cabeça feita a pensar
fazendo bichos nas nuvens esfiapadas
Com brabuleta azul de plástico
No cabelo açoitado pelo vento afoito.
Que tal acendermos juntos vaga-lumes,
E voar com as brabuletas lindas, cintilantes,
Com suas asas leves, coloridas,
Correndo soltos pela tarde agreste...
Poder correr, amar, chorar,
E até berrar com as cabras e cabritos,
Sem se importar se é certo ou loucura...
Furtar lá do vizinho belas e rosadas romãs!
Fazer cantigas de improviso, enamorados
Perder-se entre as frutas bicadas do pomar
Sentir-se um magote de pássaros
a gorjear na tarde amena,
a gorjear na tarde amena,
Achar-se na mágica de brincar,
Sem quebrar a fantasia e o encanto
Sem quebrar a fantasia e o encanto
Tais quais moleques cheios de algaravias,
Levando a sério esse brincar incansável
que nunca envelhece a alma da gente, como agora!
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