VÁRZEA-RN, UM AMOR DE SENTINELA,
por João Maria Ludugero
Não basta entreabrir a afoita janela espairecida
Para ver a Vargem, o rio Joca e o açude do Calango.
Não é o bastante só se 'varzeanimar', e ganhar o mundo
Dos bem-te-vizinhos, sabiás, colibris, árvores e flores.
É preciso também abrir as cancelas da lida astuta
E arrepiar até os pelos da venta,
De todos os lados, eiras e beiras.
Só com pensamentos não há mulungus e juazeiros: há ideias apenas.
Há só um bocadinho de nós, dispersado de um magote em cela.
Há só um Vapor a correr dentro e alto, e o mundo lá fora;
E um acorde do que se poderia soltar e entreter em cena,
Se o interior se abrisse além das esbugalhadas cancelas,
Que nunca é o que se enxerga se não se abre a porteira!
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