Estou longe pensando nela, cá dentro,
meu coração de menino varzeano
bate forte como um sino de igreja
que anuncia procissão de São Pedro.
ê minha rua grande meu povo
ê gente que mora lá nos arredores
às margens do rio Joca,
vivendo a escutar o canário da terra
na cantiga pelo chão de dentro da Várzea.
Lembro do sorriso de Ana Moita
a curar as dores de quem ali vive,
Maria não se perdeu a se achar no riacho do Mel
Marivam de Lica atiça as regalias e os brotes,
fumegam as doces cocadas,
os sequilhos e o bolo preto
E esse menino crescido
que tem o peito ferido, revirado,
repleto de saudades do Vapor de Zuquinha.
O sítio do Retiro de seu Olival de dona Penha
ainda batuca no meu tempo de brincar...
Já me vou embora tomar banho de rio.
Ê rio, é riachão dos Marreiros,
passando pela rua da pedra
até agora eu chego lá
às quatro bocas da rua,
agora por aqui estou a me ninar,
com vontade de abraçar
dona Anatilde, mãe da amiga Tereinha Tomaz
e a dona Neve Mulato, filha da madrinha Joaninha,
e eu vou e volto para matar toda essa saudade
de ficar sentado no banco de Nina.
Ê São João, ê Bita Mulato,
ê rua que leva ao Riachão.
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