Mariposas
esvoaçam sob a luz
à procura de orgia
num ritual de orgasmo e feitiço
com jeito de Maria-vai-com-os-outros.
Mariposas assanhadas,
sacudidas ao brilho
esvoaçam a soltar purpurina,
à cata de matar a sede
sob o rescender inocente
dos jasmins-manga.
Borboletas azuis cruzam
à penumbra
feito meretrizes ensandecidas,
que sentenciadas
fazem programa de mérito
no jardim do juízo, por fim,
expostas ao trânsito em julgado
sob a sanha de colibris afoitos,
tão promíscuos,
que adejam sobre rosas,
sugam margaridas e orquídeas,
quase sempre vivas,
beijam marias-sem-vergonha.
E todo santo dia no éden é assim:
Um canjerê de damas-da-noite
nesse banho de prata sob a lua
que toma conta do meu jardim.
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