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terça-feira, 28 de julho de 2015

VARZEAMAR É UM SENTIMENTO ESPECIAL, por João Maria Ludugero

VARZEAMAR É UM SENTIMENTO ESPECIAL,
por João Maria Ludugero

Não é um vai e vem ao Vapor de Zuquinha,
Varzeamar acontece de uma vez
A andar, a correr dentro e a voar alto
Sem medo da cuca esbaforida,
Feito astuto e alegre bem-te-vizinho,
A assanhar até os pelos da venta!

Varzeamar é quando você pensa:
-onde andará meu grande amor?
Varzeamar é como um milagre
De São Pedro Apóstolo,
De sentinela no topo da igreja,
Sem dar as costas para a rua do Arame.

Varzeamar é proteger o corpo
Da força dos ventos medonhos
Varzeamar é te abraçar e aos poucos
Não esquecer do tempo do carrego das pitombas
Varzeamar é sempre que te recordar em veredas,
Sentir um calor por dentro, mesmo de longe,
Varzeamar enfim é perceber teu paiol de cores
Além das quatro-bocas, além da praça do Encontro,
Além do jasmim-manga da Escola Dom Joaquim de Almeida.

Por varzeamar contaria estrelas
Sem medo de verrugas nos joelhos
E então te daria infindos abraços
Por varzeamar cruzaria Ariscos
Só pra te ter pela vida inteira feito menino.

Por varzeamar juntaria a chuva ao estio
Por varzeamar não acenderia coivaras,
Mil vezes de novo eu te reverdeceria,
Sem a necessidade de ser cabotino.

Varzeamar é quando escrevo meu nome no alto
Além do interior dos teus doces beijos agrestes
Varzeamar é quando às vezes em sonho acordo
Além dos desejos e das estrelas cadentes
Varzeamar é quando ao te ver assim benfazeja
Acredito que em meus olhos estais sempre viva
Varzeamar é pôr minha cabeça no banco de Nina
E dormir bem no colo da inesquecível madrinha Joaninha Mulato.

Por varzeamar voaria até à estrela Dalva,
E então te daria doces acordes de sonhos
Por varzeamar daria Formas aos Seixos,
Homenageando a Gabriela Pontes pela Semana da Cultura,
Sem jamais esquecer do grande poeta Deífilo Gurgel,
Amansaria qualquer Gado Bravo, a renovar esperanças,
Ganharia o mundo além dos Gravatás e das macambiras,
Alaranjaria as flores de mulungu do Maracujá ao Umbu,
Me inteirava ao contemplar os carregos de umbu-cajá,
Me acharia ao completar a colheita de jacas, cajus, cajás-mangas
Livre, solto e levado da breca pelo Itapacurá de Tio João Pequeno

Pra te ter não só por um dia, mas pela vida inteira,
Por varzeamar juntaria toda temperança disposta
Na mais singela e bonita seara de Ângelo Bezerra.
Por varzeamar eu te daria assim minha vida arteira,
Por mil vezes de novo só por sentir que minha Várzea,
Tem profundas raízes fincadas além do chão-de-dentro

Da abençoada terra do inesquecível amigo Kleberval Florêncio.

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