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domingo, 24 de março de 2013

AS CINZAS DO TERNO OUTONO, por João Maria Ludugero




Quero da vida muito pouco,
quero apenas ser muito louco
aprendiz dentro das coisas simples.
Longe do amor sem fim me aproximo,
vivo os cinzas do terno outono,
me agarro com toda força na promessa
que me cobre em teu agasalho de inverno
e já sei de cor e salteado 
como virão outros verões.
Adentro no teu peito satisfeito aluno a desenhar
mergulhado nos teus olhos de primavera.
Não careço aprender sem teus olhos.
Não quero ser… 
sem que me espies.
Dou a mão à palmatória, 
ajoelho no milho,
Mas não abro mão 
daquela lição de cada dia
que só teu olhar me dita, por fim
desobedeço toda compostura,
quebro protocolos, de súbito, 
só pra que continues me olhando,
como quem ousa me ninar a escrever 
no quadro interior do meu peito

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